SALMO 100



INTRODUÇÃO

O Salmo 100 é um lindo cântico, um salmo de louvor. Um cântico em que o autor concita os moradores da terra a festejar ao Senhor. Sim, festejar, porque celebrar é comemorar, festejar, realizar com solenidade. Além da recomendação para todos os moradores da terra celebrarem ao Senhor, o escritor, ainda faz cinco recomendações para serem aplicadas na celebração e mais, justifica as razões do fazê-lo. Senão vejamos.

I – RECOMENDAÇÕES.

1 – Servir ao Senhor com alegria (v.2).

            Servir, entre outras definições, é exercer função de criado, servo; é ser útil; é prestar serviço de qualquer natureza.
            Quero lembrar que a recomendação aqui é para prestar serviços ao Ser mais importante de todo o universo; ao Criador de todas as coisas; ao Soberano Senhor; o Rei dos reis, Senhor dos senhores, Deus dos deuses. A recomendação não é apenas para servir, mas para servir com alegria. Isto nos quer dizer que temos a obrigação não só de servir ao Senhor por Ele ser o nosso Deus, fazê-lo com prazer.

2 – Apresentar-se a ele com canto (v.2).

            O cantar é um dos mais preciosos dons que recebemos. A melhor maneira de apresentarmo-nos ao Senhor nosso Deus é cantando. Quando aceitamos a salvação no Senhor Jesus, passamos a falar uma nova linguagem e, é por esta razão que o Salmo 40.3 diz: “e pôs um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus” Tiago diz: “Está alguém entre vós contente? Cante louvores” (Tg 5.13). A maior demonstração de alegria está realmente em cantar. Deus se agrada dos louvores. Cada dia devemos nos apresentar a Ele com canto.

3 – Entrai pelas portas dEle com louvor (v.4).
           
             Esta recomendação é muito séria, porque mostra a responsabilidade do adorador. É comum entrarmos no templo no momento de adoração, sem qualquer reverência, quando devíamos entrar com atitudes de adoração. Louvar não é outra coisa, senão elogiar, exaltar, enaltecer, glorificar e tantos outros predicados. O templo, local de cultos, é um lugar santo, pois nele se encontra a Trindade Augusta: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Ora, se no deserto onde se encontrava Moisés foi-lhe dito: “Não te chegues para cá; tira os sapatos de teus pés, porque o lugar em que tu estás é terra santa” (Ex 3.5). Isto foi-lhe dito simplesmente porque o Senhor se encontrava ali. Que diremos nós do nosso local de adoração diária, onde oferecemos o nosso sacrifício de louvor? Portanto, ao invés de entrarmos no templo com gracejos, brincadeiras e conversas, entremos em suas portas com louvor.

4 – Entrai em seus átrios com hinos (v.4).
            Átrio é pátio; sala de receber; sala de estar; é saguão. Em outras palavras, é o local de espera para se penetrar na sala de cerimônias. O texto manda entrar nesse espaço com hino que é canto em louvor.
            Na verdade nós estamos longe de ter esse comportamento na casa de Deus, pois, quando nos reunimos, em geral, até mesmo no lugar principal de adoração não aproveitamos entes importantes momentos para louvar ao Senhor. O apóstolo Paulo recomenda: “Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se para edificação” (I Co 14.26).

5 – Bendizei o Seu nome (v.4).

            Segundo o Dicionário da Barsa, bendizer é “abençoar, louvar, glorificar”. Deixemos de lado o abençoar e o louvar e tracemos algumas considerações sobre o glorificar, porque “bendizer é glorificar”. Nesse caso o versículo pode ser lido assim: “Glorifique o Seu Nome”. Isso porque glorificar é dar glórias; é prestar culto ou homenagear; é honrar. Na verdade a recomendação do salmo 100 neste versículo é que é dever nosso, não só entrar pelas portas com louvor, mas devo entrar em seus átrios com hinos, dar glórias e prestar nosso culto homenageando e honrando ao Senhor.
            Conhecidas as recomendações do autor precisamos agora conhecer as justificativas usadas por ele para tais exigências.

II – RAZÕES QUE JUSTIFICAM.

            São pelo menos quatro as razões apresentadas pelo salmista que justificam as suas recomendações.

1 – Porque o Senhor é bom (v.5)

            Bondade é um dos atributos morais do Senhor. Segundo o Pastor Ezequias Soares: “Deus é bom em si mesmo e para suas criaturas”. É pela Sua bondade que o Senhor nos dá, o alimento diário, nos dá água para beber, nos dá ar para respirar, nos dá saúde, bem como tantas outras coisas. Mas a sua bondade se estende de uma maneira tão infinita que nos deu o Seu Filho para salvar-nos da condenação eterna, (Jo 3.16).

2 – Eterna é a Sua misericórdia (v.5).

            A palavra misericórdia significa, segundo o Dicionário de Português da Porto Editora, Comiseração pela desgraça alheia. E comiseração é compaixão pelos males alheios. Quem mais do que o Senhor nosso Deus teve compaixão pelos males da humanidade? Só o Senhor que olhando desde os céus viu toda a humanidade marchando para a perdição e teve compaixão da nossa desgraça, isto é, teve dó, pena de nós, conforme diz o profeta Isaías: “Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho” (Is 53.6a). A misericórdia do Senhor foi tal, que Ele fez cair sobre o Senhor Jesus a iniqüidade de todos nós (Is 53.5b). Com isso ficamos livres da miséria do pecado e a desgraça que nos havia alcançado foi banida. Paulo, o apóstolo diz que o Senhor Jesus “Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz (Cl 2.14).

3 – Ele nos fez povo Seu (v.3).

            Os teólogos nos ensinam que Deus nos criou com livre arbítrio, isto é, com liberdade de escolha. Feito o homem este foi colocado no Éden e foi-lhe dado o direito de escolha entre ser obediente ao Criador ou desobediente às normas estabelecidas por Este. Diz a Bíblia Sagrada que o homem escolheu a segunda opção, sendo condenado à morte em conseqüência da sua escolha. Se no começo o homem fora feito povo de Deus, com a sua condenação perdeu este privilégio. Agora não há opção. Mas o Senhor, na Sua eterna misericórdia, tomou novas providências a nosso respeito, nos oferecendo uma nova oportunidade em Cristo Jesus, por isso o próprio Jesus Diz: ‘Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”(Jo 3.16). Logo, todo aquele que aceitar a salvação no Senhor Jesus, torna-se povo de Deus. E é exatamente que o apóstolo Pedro escreve: “Vós, que em outro tempo não éreis povo, mas agora sois povo de Deus” I Pe 2.10. Logo não é sem razão que o salmista diz: “Celebrai com júbilo ao Senhor, todos os moradores da terra”.

4 – Ele nos fez ovelhas do seu pasto (v.3)

            Mostrar que somos ovelhas do Senhor é a coisa mais simples que temos. Basta para isso lembrar o Salmo 23 que diz assim: “O Senhor é o meu pastor; nada me faltará. Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente às águas tranqüilas. Refrigera a minha alma; guia-me pelas veredas da justiça, por amor do seu nome.
            Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam.
            Prepara uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda.
            Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida, e habitarei na casa do Senhor por longos dias”.
            Quem alem do Senhor Jesus poderia preencher as verdades contidas neste salmo?       O próprio Senhor Jesus confirma este salmo com as palavras que profere em João 10.11 e 14 “Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas. Eu sou o bom Pastor e conheço as minha ovelhas e por elas sou conhecido”.

CONCLUSÃO – O Salmo 100 o privilégio de vivermos uma vida de gozo e alegria no Senhor. Primeiros porque abre-nos a porta para estarmos sempre em comunhão com Ele desfrutando do Seu amor e oferecendo-lhe as homenagens e honras que ele merece. Em segundo lugar por causa dos benefícios que o Senhor nos ofereça, sendo bondoso para conosco, tendo sempre misericórdia de nós, tendo nos transformado em filhos e povo e por fim levar-nos como ovelhas a participar do Seu rebanho.                                                                                                      


               

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