INTRODUÇÃO.
É comum, observarmos sempre a
conduta daquelas pessoas que estão ao nosso redor, e avaliarmos se estas
pessoas são dignas, ou não, para de estarem em nosso meio, ou galguem os mesmos
degraus que nós. Foi observando isso que pedi ao Senhor uma mensagem para este
momento e o que me surgiu foi o assunto muito pouco explorado no meio
evangélico nos últimos tempos: Ética Cristã.
Antes de falar sobre Ética Cristã,
quero trazer algumas definições sobre o vocábulo ética: 1. Em filosofia, estudo
dos juízos de apreciação referentes à conduta humana suscetível de qualificação
do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente a determinada sociedade,
seja de modo absoluto. 2. Conjunto dos princípios morais pelos quais o indivíduo
deve orientar o seu procedimento na profissão que exerce (Dicionário Barsa). Abandonarei
o conceito número um para e passaremos a analisar o dois, pois trata “dos
princípios morais pelos quais o indivíduo deve orientar o seu procedimento,
isto é, o procedimento de si mesmo” e não de outrem.
Os Evangelho de Mateus, Marcos e
Lucas, possuem os principais conceitos da Ética Cristã, mas quero deter-me um
pouco nos capítulos 5 a 7 de Mateus, pois, nestes capítulos o Senhor Jesus
nos dá os princípios básicos da conduta cristã. Vejamos:
I
– OS PRINCÍPIOS ÉTICOS DE CRISTO (Mt 5 a 7).
1
– As bem aventuranças (5.3-12).
Observamos neste texto, que o Senhor
Jesus começa por exaltar em primeiro lugar os humildes de espírito (ARA). A
demonstração do Senhor Jesus nesta expressão é que, os verdadeiros felizes são,
não aquele que vivem pomposamente, mas o que vive em humildade, como Paulo que
diz: “aprendi a estar contente como o que tenho” Fl 4.11. Quis também dizer o
Senhor que feliz é aquele que não é exaltado, isto é, sabe tudo, é mais santo
que os demais, ora mais que os outros, trabalha mais na Igreja que todos, etc.
É necessário lembrar cada um “receberá o seu galardão segundo o seu trabalho”
(I Co 3. 8), e que “cada um de nós dará conta de si mesmo, (Rm 14.12).
Na seqüência das bem aventuranças, o
Senhor Jesus, fala dos que choram, não de ira, mas de angústia, de pesar, de
arrependimento; fala dos mansos, porque às vezes a nossa falta de humildade,
nos leva a deixar o leão da ira acordar dentro de nós; daquele que tem fome e
sede de justiça, isto é tem sede de Deus (Sl 42.1 e 2), buscam a santidade que
vem de Deus; os misericordiosos, são aquele que se compadecem do seu próximo.
Estes estão sempre dispostos a ajudar aqueles que têm alguma fraqueza, Gl 6.1-3.
O Senhor Jesus encerra esta primeira parte de seu sermão falando de três coisas
importantes: limpos de coração têm uma santidade no íntimo; pacificadores, isto
é, tem paz com Deus e semeiam a paz e por fim os perseguidos. Estes últimos
sofrem qualquer sacrifício para permaneceram dentro da vontade de Cristo.
2
– A influência e a responsabilidade do cristão neste mundo (Mt 5.13-47).
Neste texto o Senhor Jesus destaca a
nossa responsabilidade como pessoas especiais que foram tiradas do mundo para
viver uma vida de transformação da sociedade. Precisamos aprender a viver como
astros no dizer de Paulo Fl 2.15. Essa a razão pela qual, O Senhor Jesus diz:
“Assim brilhe a vossa luz diante dos homens”. (vs. 1-16).
Na seqüência do texto o Senhor Jesus fala dos mandamentos, do homicídio,
do adultério, dos juramentos, da vingança e do amor ao próximo. Quando o Senhor
fala da vingança é claro que pega quase todos, e eu digo quase, por causa da
exceção à regra, pois, é comum estarmos sempre prontos a revidar aqueles que
nos ofendem, Mas o amor não recomenda isso. Paulo diz que o amor “tudo sofre,
tudo crê, tudo espera, tudo suporta” I Co 13.7. Vingança? A vingança é de Deus,
Hb 10.30, 31.
II
– CRISTO E A ÉTICA DA VONTADE DE DEUS (Mt 6.1-18).
À vontade de Deus é a meta ou preocupação da Ética
Cristã, pois, ela é o supremo bem, tão
relevante, que permeia toda a Bíblia”.
Sl 19.7. “O que é a lei, senão a expressão da vontade divina para o povo
de Israel? No Novo Testamento, à vontade de Deus continua a ser o valor máximo,
Mt 6.10, No momento mais importante da vida do Senhor Jesus, e da própria
humanidade, Ele disse: “Faça-se a Tua vontade”, Mt 26.43. Mas o que é à vontade
de Deus?
1
– Que toda a humanidade tenha paz com Ele.
Só aceitando o Senhor Jesus como
salvador é que o homem pode ter paz com Deus Rm 5.1.
2
– Que o homem viva em santidade.
Escrevendo aos tessalonicenses,
Paulo diz: “Porque esta é à vontade de Deus, a vossa santificação”, 4.3.
3
– Que tenhamos paz com todos os homens Hb 12.14.
Ter paz com todos os homens, implica em perdoar-lhe
as ofensas, Mt 6. 14,15. Perdoar é colocar uma pedra por cima, deixar o passado
para traz e prosseguir em frente. O perdão evita a violência, a amargura a tristeza e
traz paz no coração.
4
– À vontade de Deus é que todos os homens se salvem II Pe 3.9.
III
– CRISTO E A ÈTICA DA PROSPERIDADE MATERIAL (Mt 6.19-23).
Estamos vivendo hoje uma febre de
prosperidade material, mas quando lemos Mateus 6.19-23, ficamos abismados como
os ensinos do Senhor Jesus já naquela época. Vejamos:
1
– Em relação aos tesouros materiais (6.19-21).
O Senhor Jesus mostra-nos no
versículo 19-21, três razões que implicam em perigo o acúmulo de tesouro na
terra (a) A ferrugem e a traça que consomem; (b) os ladrões que minam e roubam;
(c) as preocupações, “Porque onde estiver o tesouro, aí estará também o vosso
coração” (v. 21). Isso significa dizer que quem acumula tesouros na terra troca
Deus pelos cuidados no tesouro, Cl 3.1-3
2
– Em relação a ansiedade (6.25-33).
A ansiedade é uma infração tanto
religiosa como ética, pois se trata da falta de confiança em Deus, um Deus que
jamais deixou ao desamparo seus filhos, Sl 37.25. Razão porque, no texto de Mt 6.25 a 33 recomenda pelo menos três vezes para que não
inquietos ou ansiosos.
É bom lembrar a recomendação de
Paulo aos filipenses: “Não estejais inquietos por coisa alguma: antes as vossas
petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica s, com
ação de graças”, (4.6).
3
– Em relação aos cuidados de Deus (6.25-30).
O Senhor Jesus leva-nos a enxergar o
cuidado de Deus com os seres vivos, tomando como exemplo, apenas as aves do céu
e os lírios do campo. No primeiro caso Ele diz que “elas nem semeiam, nem segam
nem ajunta em celeiros”... Mas o “Pai celestial as alimenta”, e lança o
desafio: “Não tendes vós mais valor que elas?” Isto aqui seria o suficiente
para derrubar a teoria da prosperidade. Temos, porém o segundo caso: “Olhem os
lírios do campo, como eles crescem: não trabalham nem fiam”. “E eu vos digo que
nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles” (v. 29). Olhe
outra vez o desafio. “Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje
existe e amanhã é lançada no forno, não vos vestirá muito mais a vós, homens de
pouca fé?”.
IV
– CRISTO E A ÉTICA NO JULGAR.
É muito comum nós encontramos
defeitos inúmeros nas pessoas. Sempre olhamos para os demais como vendo nele
alguma coisa errada. O nosso irmão é sempre aquele que não cumpre os seus
compromissos, não trata bem à sua família, não paga as suas dívidas, não se dá
bem com o vizinho. No texto de Mateus 7.1-5, temos o seguinte:
“Não julgueis, para que não sejais
julgados”.
“Porque com o Juízo com que julgardes
sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a
vós”.
“E porque reparas tu o argueiro que
está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho?”.
“Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me
tirar o argueiro do teu olho; estando uma trave no teu?”
“Hipócrita, tira primeiro a trave do
teu olho, e então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão”.
Esta é a verdadeira ética de Cristo. Se alguém quer
viver uma vida digna de um cristão tem que viver uma vida em que apresente os
seguintes requisitos: Santidade – Retidão – Justiça – Amor – Perfeição –
Obediência – Renúncia – Sinceridade – Bondade – Misericórdia – Fé – Esperança.
CONCLUSÃO.
Somos filhos de Deus, isto é temos
um mesmo Pai compassivo e bom. Vivamos para Ele e façamos como diz o escritor
da carta aos Hebreus:
“Corramos a carreira que nos está proposta,
olhando para Jesus, autor e consumador da fé”.
Que o Senhor Jesus nos abençoe.