INTRODUÇÃO.
É muito comum, falarmos sobre o Filho Pródigo para exaltar o amor do Pai que o recebe de volta ao lar com festa, desconsiderando o erro do filho que gastou os seus haveres, ainda que, estes não fossem totalmente seus, posto que, o pai ainda se encontrava com vida.
Nesta mensagem, porém, desejo aplicar um novo comentário sobre a parábola, não em relação ao pai com seu amor imensurável, que como disse é comum, mas observando atitudes no filho rebelde, para tomá-las como exemplo.
A história inicia-se com a exigência de um moço que se dirige ao pai usando as seguintes palavras: “Pai, da-me a parte da fazenda que me pertence”. Na verdade essa exigência não tinha lógica, porque, como me referi acima, o pai ainda era vivo, portanto, nada pertencia ao filho até que o pai viesse a falecer, deixando um testamento que haveria de designar a parte que caberia a cada filho. Quando nós dizemos que aquele moço exigia algo que não lhe pertencia, baseamo-nos na reação do filho mais velho que, numa atitude de reprovação pela forma pomposa como o pai recebera o filho rebelde, diz: “Eis que te sirvo há tantos anos, sem nunca transgredir o teu mandamento, e nunca me deste um cabrito para alegrar-me com meus amigos; vindo, porém, este teu filho que desperdiçou a tua fazenda...”.
O assunto que passaremos a comentar encontra-se nos versículos 17 a 21. Nestes versículos aprendemos lições preciosas para o nosso dia-a-dia. Vejamos.
I – REFLEXÃO. (v.17).
Prestem a atenção no moço: “E, tornando em si, disse...”. (Na nossa linguagem popular, dizemos: quando a ficha caiu).
Quantas vezes cometemos erros em nossa vida, só pelo fato de fazemos determinadas coisas sem refletir? Mas, o que é refletir? Refletir entre muitos significados é “Pensar ponderadamente, isto é, pensar atenta e minuciosamente; meditar”. A falta de pensar ponderadamente, isto é de refletir, leva-nos, muitas vezes, a cometermos ações que se tornam em prejuízo até para a comunidade que lideramos I Cr 21.1-17. Vejamos o que aconteceu neste episódio:
1 – O rei, ainda que incitado por Satanás, sem refletir ordena a Joabe fazer um censo no povo de Israel, pois desejava saber quantos homens havia que poderiam sair para a guerra;
2 – Ainda sem refletir, ameaça o seu general, por haver ponderado, mostrando a inexistência de necessidade de tal ação;
3 – A falta de reflexão teve como conseqüência a morte de setenta mil homens em Israel, tudo pelo ato impensado do rei.
É bom que estejamos sempre atentos e antes de tomar qualquer decisão reflitamos bastante. Deus não se deixa escarnecer, Gl 6.7. O filho pródigo começou o seu retorno para casa pela reflexão.
II – PLANEJAMENTO.
Nada deve ser feito sem planejamento. Se fizer uma compra, se construir uma casa se fazer uma viagem, tudo tem que ser planejado nos mínimos detalhes. O nosso grande erro até de às vezes ficamos endividados, é que antes de nos dirigirmos à loja onde desejamos adquirir um bem não planejamos, chegando a momentos de não podermos arcar com as despesas que temos quando recebemos o nosso pagamento.
O que é planejamento? “1. Ato ou efeito de planejar. 2. Trabalho de preparação de um empreendimento, de acordo com roteiro e método determinados; planificação. 3. Processo que antecede o estabelecimento de um conjunto coordenado de ações visando a atingir um ou mais objetivos”. (Planejar é programar).
O filho pródigo antes de tomar qualquer decisão fez um planejamento. “Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti;”.
Olhem os nossos negócios dando errado; e o nosso ministério indo de águas abaixo. Nós queremos ser pastores. Aí arranjamos uma ordenação sem chamada, tentamos fundar uma igreja, mas onde está a vocação? Ah! Vou ser missionário. Partimos, passamos necessidades como passou o filho pródigo que partiu para uma terra distante, gastou tudo quanto tinha levado tudo isto por não refletir antes e não fazer qualquer planejamento. Só depois que sofreu fome é que caiu em si e, então disse: “Quantos trabalhadores de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome” (v.17). Foi preciso passar pela fome, sofrer necessidades para poder aprender que a falta de planejamento no que fazemos, leva-nos a cometermos erros grosseiros.
III – A EXECUÇÃO DO PLANO. (vs.20,21).
Executar é por em prática a decisão tomada. Isto aconteceu com o moço pródigo. “Levantando-se, foi para seu pai”.
Falando da nossa vida espiritual: quantas decisões devemos tomar e por em prática a fim de não perdermos a nossa salvação.
O homem foi criado em santidade, perdeu-a porque não tomou uma séria atitude em relação ao desobedecer a Deus. Em Gn 3.6 está assim escrito: “E vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela”.
Qual foi a conseqüência dessa decisão sem planejamento e sem reflexão? Paulo diz: “Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou por todos os homens por isso que todos pecaram” Rm 5.12. Essa foi a conseqüência de um ato impensado.
Na nossa vida de crentes em Cristos Jesus, temos decisões importantes para serem tomadas. Quando decidimos aceitar a Jesus como nosso Senhor e Salvador, fizemos porque achamos que estávamos escolhendo o caminho certo. Agora precisamos manter a nossa postura de verdadeiros cidadãos dos céus. Paulo recomenda para sermos “imitadores de Deus”. O que significa isto para as nossas vidas? Significa que temos que ter uma vida de completa santidade. Estamos em um mundo que não nos poupa, está sempre olhando o nosso comportamento, modo de agir, decisões que tomamos; erros que cometemos.
Nós éramos verdadeiros filhos pródigos. Quando do desvio de nossos primeiros pais, passamos a condição de bastardos, passamos a nos alimentar das bolotas dos porcos, mas fomos atingidos pelo amor de Deus, e resolvemos voltar para casa do Pai. Aqui estamos. Qual a nossa perspectiva. Qual o nosso planejamento para servir ao Senhor?
Quero que reflitamos sobre o planejamento do filho pródigo: “Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti; já não sou digno de ser chamado teu filho; faze-me como um dos teus empregados”. Este planejamento já fizemos e até já voltamos para a casa do Pai. Mas será que depois que fomos recebidos pelo Pai, permanecemos arrependidos de termos praticados o erro de afastar-nos dos caminhos determinados pelo Senhor? Na verdade o filho pródigo chegou e fez uma verdadeira confissão. Ele disse: “Peque contra o céu e perante ti, e já não sou digno de ser chamado teu filho”. No planejamento do filho pródigo estava três coisas: ir ter com o pai, a confissão e o pedido. Isto nos ensina uma bela oração: ir ao Pai, confessar as nossas faltas e pedir o que desejamos. Por que confessar ao Senhor o nosso erros? Porque ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados.
Se já voltamos para o Senhor e o fizemos Senhor de nossas vidas ponhamos com sinceridade a execução do plano para servi-lo de maneira fiel e sincera. Cristo em breve arrebatará a sua Igreja, por isso não podemos estar desapercebidos, a fim de não sermos apanhados de surpresa.
Que o Senhor Jesus nos abençoe.