EXORTAÇÕES PARA FIRMEZA DA FÉ NAS PROMESSAS DE CRISTO Hb 10.19-29


INTRODUÇÃO

            O crente salvo pelo Senhor Jesus tem promessas dadas pelo seu salvador. Mas para alcançar essas ricas promessas se faz necessário que cumpra as exigências determinadas pelo Senhor. No texto escolhido para nossa meditação, existem algumas destas exigências, as quais estão vinculadas à nossa entrada no santuário. Isto pode tanto estar vinculado ao nosso culto diário, como ao Santuário no céu, onde viveremos eternamente com o Senhor. Vamos usar como tema para o estudo de hoje: exortações para firmeza da fé nas promessas de cristo. 
Há três recomendações: 

a) chegar-se; 
b) reter; 
c) meio prescrito para impedir a nossa apostasia.

I – CHEGAR-SE (v. 22)

            Antes de falar sobre o chegar é bom lembrar que há nesse convite do versículo 22 alguns privilégios para o crente: a) A entrada está aberta. Cristo ao dar o brado de vitória na cruz, quando disse está consumado, abriu no Templo de Israel a entrado do Santo dos santos, e isto aconteceu porque naquele exato momento a cortina que fazia divisão entre o santuário (local onde podiam entrar os sacerdotes) e o Santo dos santos, (local onde só podia entrar uma vez por ano, o Sumo sacerdote), rasgou-se de alto baixo a baixo, concedendo aos gentios acesso à porta do Santuário celestial; b) A ousadia do crente. O crente agora pode entrar no Santo dos santos, livremente a hora que desejar e está à presença do Pai em nome do Senhor Jesus que é o nosso Sumo Sacerdote.
            Todavia, para se chegar à presença do Senhor com essa liberdade excessiva há algumas exigências:

1 – Um verdadeiro coração

            O coração daquele que se aproxima de Deus deve ser um coração sem engano, sem hipocrisia como “fazem os hipócritas que se comprazem a orar” exibindo piedade para receber louvor dos homens Mt 6.5. Deus sonda os corações e exige a verdade no íntimo, no coração. A sinceridade é a nossa perfeição do evangelho.

2 – Ter inteira certeza de fé.

            A fé é a principal condição para que o homem alcance de Deus o que deseja. Em 6.11 desta carta o autor escreve assim “Sem fé é impossível agradar-lhe”. A fé é essencialmente a entrega e o descanso da própria alma, é a confiança nas promessas misericordiosas que Cristo nos fez, como por exemplo: “virei outra vez, e vos levarei” (Jo 14.3). Como posso esperar Cristo se não tenho fé? Em Hb 11.1 assim diz: “Fé é o firme fundamento das coisas que se esperam...”. Não foi à toa que o centurião romano quando procurou o Senhor Jesus para pedir a favor de seu ser disse: “dize apenas uma palavra e o meu criado sarará” (Mt 8.8). O versículo está dizendo-me: você só receberá o que está pedindo se tiver “inteira certeza de fé”.

3 – Ter o coração purificado da má consciência.

            Pela aplicação do sangue de Cristo, nossa alma pode ser purificada de culpa, de imundícia, de tormentos e temores pecaminosos.

II – RETER (v. 23).

            O apóstolo exorta os crentes a se apegarem firmemente à confissão de sua fé.

1 – A obrigação em si.  


É obrigação retermos firmes a confissão da nossa fé, de abraçamos todas as verdades e caminhos do evangelho, de nos apegarmos firmemente a eles de mantermos essa posição contra todas as tentações e oposição, pois, nossos inimigos espirituais farão o que poderem para arrancar a nossa fé, a esperança, a santidade, o conforto, das nossas mãos. Razão porque precisamos segurar firmes a nossa fé cristã como o nosso melhor tesouro.  
        
2 – A maneira em que devemos fazer isso.

 Sem vacilar, sem duvidar, sem disputar, sem brincar com as tentações. Tendo uma vez estabelecido essas grandes coisas entre Deus e nossa alma, precisamos ficar firmes e imutáveis. Os que começam a vacilar em questões de fé e prática cristã estão em perigo de cair.

3 – O motivo ou razão que reforça essa obrigação.

            “Porque fiel é o que prometeu”.

 Deus fez grandes e preciosas promessas aos crentes, e Ele é fiel, verdadeiro à Sua palavra; não há falsidade nem inconstância nele, e não deveria haver em nós. Sua fidelidade deveria nos estimular e encorajar a sermos fiéis (2Tm 2.13). Precisamos muito ser fiéis ao Senhor, pois, dependemos muito da Sua graça, para conquistarmos as Suas promessas.

III – MEIO PRESCRITO PARA IMPEDIR A NOSSA APOSTASIA (vs.24,25).

            O autor da carta menciona meios para promover a nossa fidelidade e perseverança.

1 – Devemos considerar os irmãos (v.24).

        Os cristãos precisam uma terna consideração e preocupação uns pelos outros; devem considerar com carinho quais são as diversas necessidades, fraquezas e tentações e devem fazer isso não para censurarem, mas para o amor e as boas obras Tg 4.11; 5.9; Rm 14.1-12.

2 – Que não deixemos a nossa congregação (v.25).

     Estamos vivendo a época da igreja morna, onde os crentes buscam mais a alegria passageira, isto é a alegria que alegra mais a alma do que espírito. Muitos preferem as congregações, onde se passa o tempo com danças, movimentos corporais e cânticos que emocionam abandonando aquelas onde existe a simplicidade. Nestas simples congregações, porém, há o genuíno ensino da Palavra de Deus. É da vontade de Cristo que os seus discípulos se reúnam para ouvir a Sua palavra e participarem da comunhão. A comunhão com os santos é uma grande ajuda e um bom meio de firmeza e perseverança At 2.46,47.

3 – Que nos exortemos uns aos outros (v.25).

       Precisamos, nestes dias difíceis que estamos vivendo, quando impera a desonestidade, a falta de caráter dos homens, principalmente daqueles que exercem autoridade e, especialmente daqueles que foram chamados para apascentar o rebanho do Senhor, mas não cumpre com seriedade essa obrigação, precisamos, disse, estar atentos, vigilantes porque, como disse Paulo aos romanos “E digo isto, conhecendo o tempo, que é já hora de despertarmos do sono; porque a nossa salvação está agora mais perto de nós do que quando aceitamos a fé” (13.11). É o que diz o versículo 25 do texto lido: “e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia”

CONCLUSÃO.

            Sei que no mundo em que estamos vivendo, cheio de violência, onde o homem faz de tudo para alcançar o desejo de sua natureza pecaminosa, aqueles que querem piamente servir a Deus, sentirão grande dificuldade, pois todos os dias são acossados pelas tentações. Mas, os que entregam completamente a sua vida ao Senhor Jesus, tem o privilégio de ser guardado pelo seu sangue precioso e por ele poder entrar na presença do Pai celestial e, ainda por Cristo poder chegar ao Trono da Graça e apresentar a sua petição e ser ajudado “em tempo oportuno” Hb 4.14-16.

            Juiz de Fora, 28 de março de 2017.


            Samuel Lopes da Silva

           
            Bibliografia HENRY Matthew.
            COMENTÁRIO BÍBLICO DO NOVO TESTAMENTO



               

SALMO 100



INTRODUÇÃO

O Salmo 100 é um lindo cântico, um salmo de louvor. Um cântico em que o autor concita os moradores da terra a festejar ao Senhor. Sim, festejar, porque celebrar é comemorar, festejar, realizar com solenidade. Além da recomendação para todos os moradores da terra celebrarem ao Senhor, o escritor, ainda faz cinco recomendações para serem aplicadas na celebração e mais, justifica as razões do fazê-lo. Senão vejamos.

I – RECOMENDAÇÕES.

1 – Servir ao Senhor com alegria (v.2).

            Servir, entre outras definições, é exercer função de criado, servo; é ser útil; é prestar serviço de qualquer natureza.
            Quero lembrar que a recomendação aqui é para prestar serviços ao Ser mais importante de todo o universo; ao Criador de todas as coisas; ao Soberano Senhor; o Rei dos reis, Senhor dos senhores, Deus dos deuses. A recomendação não é apenas para servir, mas para servir com alegria. Isto nos quer dizer que temos a obrigação não só de servir ao Senhor por Ele ser o nosso Deus, fazê-lo com prazer.

2 – Apresentar-se a ele com canto (v.2).

            O cantar é um dos mais preciosos dons que recebemos. A melhor maneira de apresentarmo-nos ao Senhor nosso Deus é cantando. Quando aceitamos a salvação no Senhor Jesus, passamos a falar uma nova linguagem e, é por esta razão que o Salmo 40.3 diz: “e pôs um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus” Tiago diz: “Está alguém entre vós contente? Cante louvores” (Tg 5.13). A maior demonstração de alegria está realmente em cantar. Deus se agrada dos louvores. Cada dia devemos nos apresentar a Ele com canto.

3 – Entrai pelas portas dEle com louvor (v.4).
           
             Esta recomendação é muito séria, porque mostra a responsabilidade do adorador. É comum entrarmos no templo no momento de adoração, sem qualquer reverência, quando devíamos entrar com atitudes de adoração. Louvar não é outra coisa, senão elogiar, exaltar, enaltecer, glorificar e tantos outros predicados. O templo, local de cultos, é um lugar santo, pois nele se encontra a Trindade Augusta: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Ora, se no deserto onde se encontrava Moisés foi-lhe dito: “Não te chegues para cá; tira os sapatos de teus pés, porque o lugar em que tu estás é terra santa” (Ex 3.5). Isto foi-lhe dito simplesmente porque o Senhor se encontrava ali. Que diremos nós do nosso local de adoração diária, onde oferecemos o nosso sacrifício de louvor? Portanto, ao invés de entrarmos no templo com gracejos, brincadeiras e conversas, entremos em suas portas com louvor.

4 – Entrai em seus átrios com hinos (v.4).
            Átrio é pátio; sala de receber; sala de estar; é saguão. Em outras palavras, é o local de espera para se penetrar na sala de cerimônias. O texto manda entrar nesse espaço com hino que é canto em louvor.
            Na verdade nós estamos longe de ter esse comportamento na casa de Deus, pois, quando nos reunimos, em geral, até mesmo no lugar principal de adoração não aproveitamos entes importantes momentos para louvar ao Senhor. O apóstolo Paulo recomenda: “Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se para edificação” (I Co 14.26).

5 – Bendizei o Seu nome (v.4).

            Segundo o Dicionário da Barsa, bendizer é “abençoar, louvar, glorificar”. Deixemos de lado o abençoar e o louvar e tracemos algumas considerações sobre o glorificar, porque “bendizer é glorificar”. Nesse caso o versículo pode ser lido assim: “Glorifique o Seu Nome”. Isso porque glorificar é dar glórias; é prestar culto ou homenagear; é honrar. Na verdade a recomendação do salmo 100 neste versículo é que é dever nosso, não só entrar pelas portas com louvor, mas devo entrar em seus átrios com hinos, dar glórias e prestar nosso culto homenageando e honrando ao Senhor.
            Conhecidas as recomendações do autor precisamos agora conhecer as justificativas usadas por ele para tais exigências.

II – RAZÕES QUE JUSTIFICAM.

            São pelo menos quatro as razões apresentadas pelo salmista que justificam as suas recomendações.

1 – Porque o Senhor é bom (v.5)

            Bondade é um dos atributos morais do Senhor. Segundo o Pastor Ezequias Soares: “Deus é bom em si mesmo e para suas criaturas”. É pela Sua bondade que o Senhor nos dá, o alimento diário, nos dá água para beber, nos dá ar para respirar, nos dá saúde, bem como tantas outras coisas. Mas a sua bondade se estende de uma maneira tão infinita que nos deu o Seu Filho para salvar-nos da condenação eterna, (Jo 3.16).

2 – Eterna é a Sua misericórdia (v.5).

            A palavra misericórdia significa, segundo o Dicionário de Português da Porto Editora, Comiseração pela desgraça alheia. E comiseração é compaixão pelos males alheios. Quem mais do que o Senhor nosso Deus teve compaixão pelos males da humanidade? Só o Senhor que olhando desde os céus viu toda a humanidade marchando para a perdição e teve compaixão da nossa desgraça, isto é, teve dó, pena de nós, conforme diz o profeta Isaías: “Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho” (Is 53.6a). A misericórdia do Senhor foi tal, que Ele fez cair sobre o Senhor Jesus a iniqüidade de todos nós (Is 53.5b). Com isso ficamos livres da miséria do pecado e a desgraça que nos havia alcançado foi banida. Paulo, o apóstolo diz que o Senhor Jesus “Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz (Cl 2.14).

3 – Ele nos fez povo Seu (v.3).

            Os teólogos nos ensinam que Deus nos criou com livre arbítrio, isto é, com liberdade de escolha. Feito o homem este foi colocado no Éden e foi-lhe dado o direito de escolha entre ser obediente ao Criador ou desobediente às normas estabelecidas por Este. Diz a Bíblia Sagrada que o homem escolheu a segunda opção, sendo condenado à morte em conseqüência da sua escolha. Se no começo o homem fora feito povo de Deus, com a sua condenação perdeu este privilégio. Agora não há opção. Mas o Senhor, na Sua eterna misericórdia, tomou novas providências a nosso respeito, nos oferecendo uma nova oportunidade em Cristo Jesus, por isso o próprio Jesus Diz: ‘Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”(Jo 3.16). Logo, todo aquele que aceitar a salvação no Senhor Jesus, torna-se povo de Deus. E é exatamente que o apóstolo Pedro escreve: “Vós, que em outro tempo não éreis povo, mas agora sois povo de Deus” I Pe 2.10. Logo não é sem razão que o salmista diz: “Celebrai com júbilo ao Senhor, todos os moradores da terra”.

4 – Ele nos fez ovelhas do seu pasto (v.3)

            Mostrar que somos ovelhas do Senhor é a coisa mais simples que temos. Basta para isso lembrar o Salmo 23 que diz assim: “O Senhor é o meu pastor; nada me faltará. Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente às águas tranqüilas. Refrigera a minha alma; guia-me pelas veredas da justiça, por amor do seu nome.
            Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam.
            Prepara uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda.
            Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida, e habitarei na casa do Senhor por longos dias”.
            Quem alem do Senhor Jesus poderia preencher as verdades contidas neste salmo?       O próprio Senhor Jesus confirma este salmo com as palavras que profere em João 10.11 e 14 “Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas. Eu sou o bom Pastor e conheço as minha ovelhas e por elas sou conhecido”.

CONCLUSÃO – O Salmo 100 o privilégio de vivermos uma vida de gozo e alegria no Senhor. Primeiros porque abre-nos a porta para estarmos sempre em comunhão com Ele desfrutando do Seu amor e oferecendo-lhe as homenagens e honras que ele merece. Em segundo lugar por causa dos benefícios que o Senhor nos ofereça, sendo bondoso para conosco, tendo sempre misericórdia de nós, tendo nos transformado em filhos e povo e por fim levar-nos como ovelhas a participar do Seu rebanho.                                                                                                      


               

A CURA DE UMA MULHER ENFERMA - Mc 5.25-34.


INTRODUÇÃO

A Bíblia de Estudo Pentecostal diz: “O problema das enfermidades e das doenças está fortemente vinculado ao problema do pecado e da morte, isto é, às conseqüências da queda. Enquanto a ciência médica considera as causas das enfermidades e das doenças em termos psicológicos, a Bíblia apresenta as causas espirituais como sendo o problema subjacente ou fundamental desses males. Essas causas são de dois tipos: (a) O pecado, que afetou a constituição física e espiritual do homem (Jo 5.5,14), e (b) Satanás (Mc 9.17,25; Lc 13.111; At 10.38; 19.11,12).
            Tomando como base o texto de Mc 5.25-34, desejo apresentar algumas atitudes da mulher, figura principal do texto em epígrafe, que nos servirão de exemplos e, sem sombra de dúvida, fortalecerão nossa fé concitando-nos a conquistar a vitória a qual nos propomos alcançar.

I – UMA MULHER ENFERMA.

            A Bíblia não dá maiores detalhes dobre a vida pessoal dessa mulher, apenas diz que ela aproveitou a presença do Senhor Jesus, quando este atendia um dos principais da sinagoga, que clamava pela saúde de sua filha (vs. 22,23). Diz que: “E certa mulher, que havia doze anos tinha um fluxo de sangue” (v.25). Em outras palavras, há doze anos sofria de uma hemorragia. Eu, como homem não tenho condições de avaliar esse problema, porém as mulheres o podem fazê-lo muito bem. Que transtorno, que insegurança, que aflição e isso já havia se passado doze anos (v.25). O texto relata que durante esse período essa mulher muito havia padecido e havia despendido tudo quanto tinha com médicos, porém sem qualquer proveito, pelo contrário, piorando a cada dia (v.26).
            É possível que aqui em nosso meio tenhamos também alguém que esteja passado por problemas semelhante ao que passara aquela mulher, sem encontrar a solução que tanto deseja. Há inúmeras espécies de enfermidades que tem nestes últimos tempos afetado a humanidade, porém, o Senhor Jesus é o mesmo, basta para isso cremos nas suas providências e ele fará o milagre desejado.

II – UMA MULHER DE ATITUDES.

            O texto diz que a mulher ouviu falar do Senhor Jesus (v.27) A verdade é que a fama do Senhor Jesus se espalhara por todas as partes e o contexto revela que uma grande multidão ajuntou-se a ele, junto ao mar. Lucas diz que a “multidão o recebeu porque todos o estavam esperando” (8.40) em meio a multidão estava a mulher e ela, que como já dissemos, por certo ouvira falar do Senhor Jesus, pôs em seu coração: “se tão somente tocar em suas veste, sararei” (v.28). Essa foi a idéia que nascera em seu coração. Não poucas vezes nós deixamos de receber uma bênção, porque deixamos de atender ao pedido de nosso coração. Não podemos esquecer que juntamente com os pensamentos positivos vêm também os negativos, como por exemplo: olha isso não vai dar certo, você vai tomar um baita de um prejuízo. Não pensemos que a mulher não teve esse problema. Algo pode ter surgido em seu coração, assim como: Não vai dar certo; você não vai alcançar a cura; a multidão não vai deixar você se aproximar; e se ele ralhar com você, já pensou a vergonha que você vai passar? Mas ele era uma mulher de atitudes e por essa razão resolveu ir em frente e a primeira coisa que fez foi:

1 – Procurou romper a multidão.

            Começou empurrando um para lá, outro para cá, pisa no pé de um, é xingada por outro, mas vai se aproximando. Finalmente chega onde o Senhor Jesus está. O primeiro obstáculo é vencido

2 – Aproxima-se de Jesus, mas pelas costas.

            Não deu para ir pela frente, foi por trás mesmo. Aí vem o pensamento: quem sabe se eu falasse com ele? Mas não dá. Aquele príncipe da sinagoga já está falando com Ele e por isso eu não terei chance de ter sua atenção. O melhor é tocar mesmo em suas vestes, conforme já pensei.

3 – tocou nas vestes.

            “E logo se lhe secou a fonte do seu sangue e sentiu no seu corpo já está curada daquele mal” (v.29).
            Mesmo tomando todos estes cuidados, a mulher deve ter ficado surpresa quando sentiu que realmente houvera acontecido o milagre na vida: a hemorragia estancara imediatamente. O poder do Senhor Jesus se manifestara naquele mesmo instante. O que o Senhor quer fazer hoje, não deixa para amanhã.

            Façamos agora um exame em nós: para alcançar aquela bênção que estamos almejando já rompemos aquela multidão de dificuldades, ou desistimos no primeiro obstáculo? Já nos aproximamos do Senhor Jesus, através da oração, das atitudes honestas, da santidade, do louvor, ou estamos esperando as coisas acontecerem sem qualquer atitude de nossa parte para melhorar o nosso relacionamento com Deus?

III – UMA MULHER ABENÇOADA.

            Quando a mulher tocou nas vestes do Senhor Jesus, Ele que mesmo sendo cem por cento homem, também era cem por cento Deus, por isso, mesmo sem a mulher tocar em seu corpo, sentiu que fora tocado e, mesmo sabendo que o havia tocado procurou interpelar os presentes para que aquela pessoa que houvera vindo buscar a bênção da cura se manifestasse publicamente, razão porque perguntou: “Quem tocou nas minhas vestes”? (v.30). Os presentes não entenderam nada. O Senhor Jesus estava cercado de uma grande multidão. A multidão lhe apertava como bem responderam os seus discípulos e ele pergunta que lhe tocara? Nesta hora vem o momento da confissão. “Portanto qualquer que me confessar diante dos homens, eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus” (Mt 10.32). Diante da insistência do Senhor Jesus, temendo e tremendo a mulher se aproxima do Senhor, se prostra diante dele e conta a sua história. Ouvida a confissão pública, o Senhor Jesus lhe diz: “Filha, a tua fé te salvou; vai em paz e sê curada deste teu mal”.

CONCLUSÃO – O que aprendemos deste relato é que: Em primeiro lugar a enfermidade, não é uma conseqüência de pecados cometidos, mas da queda dos nossos primeiros pais. No Éden não havia pecado, também não havia dor ou moléstia de qualquer espécie. Logo, temos que aprender que a nossa fé em Deus não implica que seremos livres de qualquer enfermidade, como ensina os pregadores modernos, pois, estas independentemente de sermos ou não, crente no Senhor Jesus, virá como conseqüência da queda do ser humano. Em segundo lugar que para alcançarmos as vitórias que tanto desejamos, implica uma atitude de fé como aconteceu com aquela mulher que creu que se viesse tocar às vestes do Senhor Jesus, seria imediatamente curada. E, em terceiro lugar que devemos confessar o Senhor Jesus e divulgar o seu Santo Nome. Será que tem sido essa a nossa atitude? A forma como a Assembléia de Deus cresceu nos primeiros cinqüenta anos de sua existência foi exatamente esta: os crentes recebiam as bênçãos da salvação, cura divina, batismo com o Espírito Santo e solução de inúmeros problemas e imediatamente divulgavam isto para outras pessoas que logo procuravam a igreja para serem participantes destas bênçãos. Precisamos retornar aos nossos primeiros dias.  




Samuel L. Silva